segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O RETROCESSO
(μίσος της σοφίας = Ódio à sabedoria)

       Na atual conjuntura política pode-se ver os disparates que aconteceram na cidade de Bacabal, absurdos inimagináveis surgiram no momento em que mais se precisa de representantes capacitados para dirimir os problemas locais. Vimos candidato ganhar mas não assumir, turista ser eleito não por méritos de benefícios trazidos para cá, mas por causa de uma testa de ferro mais forte que o demais poderes, outros gastarem por debaixo dos panos mais que o permitido na campanha para poder ter seu pleito ou peito durante 4 anos (adivinha de onde sairá o dinheiro para o  ressarcimento com juros e correções do investimento desses candidatos? – Acertou....!)
    Teve vereador vendedor de algodão doce eleito para representar entre outras funções a de fiscal das finanças do povo (uma espécie de círculo vicioso que acontece aqui em Bacabal, pois já elegeram um verdureiro para um grau até maior- e deu no que deu, e isso em nome da revolta - tolice!). Quem votou nesse cidadão não entente que o máximo a ser feito por este representante, é a melhoria de vida dele e/ou o ingresso de pessoas sem qualificações nas dependências públicas para administrar uma organização em que não tem vez a  imperícia, além do uso do nepotismo. Não há meritocracia nisso!
   Não existe país subdesenvolvido e sim sub administrado; em países ricos ou até mesmo em nossas regiões sul e sudeste, os representantes do legislativo  e executivo têm bagagens nas costas  para somar em suas comunidades, mesmo que não tenham um PhD, mas o nível está acima da média no quesito educação. No Brasil, em especial o norte e o nordeste, acredita-se veemente que pessoas sem educação, com conhecimentos apenas empíricos e de preferência pobres, podem representar a maioria - que é pobre. Mas, se fosse assim verídico, porque não se nomeia de forma democrática um juiz, um delegado ou um policial? é só na esfera jurídica que pode adentrar pessoas instruídas?
   Deixar de eleger um professor universitário renomado para escolher um pobre coitado que só tem como projeto o supra citado,  é em suma no mínimo contraproducente; e todos colherão os frutos desta escolha malograda e terão assunto para falar nas esquinas, mas, sabendo dentro de cada um que escolheu errado, que ele tem uma parcela de culpa pela sua negligência em ver o óbvio e continuar no caminho da imprudência e ignorância política, se esquecem ou nem mesmo sabem da máxima de Platão: “O maior castigo consiste em ser governado por alguém ainda pior do que nós, quando não queremos ser nós a governar.
(A República)
; e a outra que rege:
O preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior”. E em sua volta estarão as mazelas inerentes aos covardes e débeis da razão e do progresso; a eles se aplicarão o lindo poema de Joaquim Osório Duque Estrada, apenas com uma pequena adaptação surreal: "...Deitado eternamente em fome esplêndida,
Ao som dos carros pancadões e à luz da lamparina profusa..."
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Clemilton Feitosa
Bacabal – MA, 03-10-2016


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